Nomes de Moraes e Zanin constavam em anotações de grupo de extermínio
- Delleon Sampaio
- há 2 dias
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Operação da PF mira grupo que cobrava até R$ 250 mil para monitorar e assassinar autoridades.

Os nomes dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), aparecem em anotações apreendidas pela Policia Federal (PF) no âmbito da operação que investiga um grupo que cobrava até R$ 250 mil para monitorar e assassinar autoridades. A investigação ainda apura se houve monitoramento dos magistrados.
Segundo fontes ligadas à investigação do caso, a tabela de preços para o monitoramento das autoridades também previa o valor de R$ 150 mil se a vítima fosse senador e R$ 100 mil se a vítima fosse deputado.
A operação prendeu cinco integrantes da organização criminosa e cumpriu mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais. A operação foi autorizada por Zanin.
Entre eles, estão:
Aníbal Manoel Laurindo – fazendeiro apontado como mandante do assassinato de Zampieri. Já havia sido preso em 2024 e foi solto. Fazia uso de tornozeleira eletrônica.
Gilberto Louzada da Silva – seria próximo a Aníbal. Se apresenta nas redes sociais como “consultor de segurança patrimonial” e “instrutor de tiro”. Também afirma ter sido sargento de infantaria do Exército entre 1985 e 1992.
Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas – coronel da reserva do Exército desde 2002, está preso desde janeiro de 2024 pelo assassinato de Zampieri. É apontado como um dos executores. Foi alvo de novo mandado de prisão nesta quarta.
Antônio Gomes da Silva – também réu e acusado de participação na execução. Está preso desde janeiro de 2024. Foi alvo de novo mandado de prisão nesta quarta.
Hedilerson Fialho Martins – apontado como intermediador entre os mandantes e os executores. Está preso desde 2024. Foi alvo de novo mandado de prisão nesta quarta.
A defesa do coronel Etevaldo Caçadini disse que, até o momento, “não foi encontrado qualquer elemento ilícito relacionado aos acusados nas buscas realizadas na capital mineira”. Os advogados também reiteraram a confiança nas instituições e reafirmaram “a convicção na inocência” do militar.
Entenda
As ações fazem parte de um inquérito que tramita sob sigilo e que apura também a venda de sentenças judiciais envolvendo servidores do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).
O grupo investigado era composto por civis e militares da ativa e da reserva, e se autodenominava “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos.
O grupo tem ligação com a execução do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023 em Cuiabá (MT). Ele era apontado como figura central em um esquema de intermediação de sentenças judiciais.
A investigação da PF indica que o grupo atuava também para lavar dinheiro por meio de uma rede empresarial e financeira, com origem em supostas propinas pagas para a compra de decisões judiciais no STJ.
Entre os alvos da apuração estão advogados, lobistas, empresários, assessores parlamentares, chefes de gabinete e magistrados. Os crimes investigados incluem organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
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