MULHERES EXTRATIVISTAS DO RIO ARAGUARI LANÇAM PROTOCOLO BIOCULTURAL COM APOIO DO GOVERNO DO AMAPÁ E IEPÉ
- Lorena Senna

- 20 de out.
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Com o apoio do Governo do Amapá e do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), as Mulheres Extrativistas Sementes do Rio Araguari lançam, nesta terça-feira (21), o Protocolo Comunitário Biocultural, um documento que consolida a autonomia, os saberes e as práticas sustentáveis desenvolvidas por gerações nas comunidades ribeirinhas do Araguari.

O evento ocorre no Museu Sacaca, em Macapá, com a participação de lideranças comunitárias, pesquisadoras, representantes de órgãos públicos e organizações da sociedade civil. A programação busca fortalecer o diálogo entre o conhecimento tradicional e o científico como ferramenta essencial para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável na Amazônia amapaense.
De acordo com Arlete Pantoja, presidente da associação, o lançamento representa uma conquista coletiva e o reconhecimento de uma trajetória de resistência e valorização da floresta.
“É um momento muito importante para nós. Esse protocolo reconhece o saber das nossas ancestrais e mostra o quanto o nosso trabalho, feito com dedicação e respeito à natureza, já movimenta o mercado e a vida das famílias que vivem do extrativismo”, afirmou Arlete.
O protocolo define diretrizes próprias para a gestão dos recursos naturais e reafirma os direitos das mulheres sobre seus territórios, traduzindo seus modos de vida em linguagem institucional. Ele legitima práticas como a coleta de sementes, frutos e óleos vegetais — entre eles, andiroba e pracaxi —, base de uma cadeia produtiva que une sustentabilidade, renda e identidade cultural.

A secretária de Estado do Meio Ambiente, Taisa Mendonça, destacou o papel inovador do grupo na construção de um modelo econômico baseado na floresta em pé.
“Essas mulheres são exemplo de coragem e inovação. Elas mostram que é possível gerar renda e qualidade de vida valorizando o conhecimento tradicional e preservando o meio ambiente”, ressaltou Taisa.
O documento é resultado de um processo coletivo, construído a muitas mãos por mulheres das comunidades do rio Araguari. Por meio da Associação Mulheres Extrativistas Sementes do Araguari, elas vêm se destacando em feiras, projetos e espaços de decisão sobre o uso sustentável da floresta.

Com iniciativas como esta, o Amapá consolida sua política de apoio à bioeconomia e ao protagonismo feminino, fortalecendo o papel das comunidades tradicionais como guardiãs da biodiversidade amazônica e impulsionando novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável no estado.



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