Míriam Leitão é eleita para a cadeira de Cacá Diegues na ABL
- Delleon Sampaio
- há 18 horas
- 3 min de leitura
Jornalista com 16 livros publicados, Míriam teve 20 votos contra 14 do segundo colocado, Cristovam Buarque.

A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita nesta quarta-feira (30) para a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Comentarista política da Globo, a mais nova "imortal" vai ocupar a cadeira número 7, cujo patrono é Castro Alves, e que estava ocupada pelo cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro.
Míriam é a 12ª mulher eleita para a ABL na história e a segunda na cadeira 7 – Dinah Silveira de Queiroz foi a primeira.
“É a realização máxima, é o máximo, é um sonho. Meu sonho não era chegar aqui, era viver e escrever livros, e os livros me levaram até aqui, Academia Brasileira de Letras. Eu tenho um sentimento de humildade, de responsabilidade e de muito orgulho do que está acontecendo neste momento”, disse a jornalista.
Na votação, feita com urna eletrônica, a jornalista teve 20 votos contra 14 do segundo colocado, o economista e ex-ministro da Educação do Brasil Cristovam Buarque.
"A Míriam é uma grande jornalista, grande escritora e ela tem um espectro de interesse muito amplo, que coincide com os interesses da Academia Brasileira de Letras. Ela tem preocupações com o Meio Ambiente, tem preocupação com a democracia, com os negros, com a política oficial do governo sobre as minorias", disse o presidente da ABL, Merval Pereira.
Míriam Azevedo de Almeida Leitão nasceu em Caratinga (MG) em 7 de abril de 1953. É a sexta filha de um total de 12 do casal Uriel e Mariana, ambos educadores, sendo ele também pastor presbiteriano.
Iniciou sua carreira profissional no Espírito Santo, passando por Brasília e São Paulo, até se estabelecer definitivamente no Rio de Janeiro. em 1986.
Como escritora, Míriam publicou 16 livros (veja a lista abaixo) em diversos gêneros literários, incluindo não ficção, crônicas, romances e literatura infantil.
Como jornalista, atuou em jornal impresso, rádio, TV e mídia digital. Ao longo de seus 53 anos de carreira, trabalhou em vários veículos de comunicação, como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil.
Desde 1991, Míriam faz parte do grupo Globo, onde é colunista do jornal O Globo, comentarista no Bom Dia Brasil, na Globonews e na CBN, além de apresentar o programa de entrevistas Miriam Leitão na GloboNews.
Em dezembro de 1972, aos 19 anos e grávida, Míriam foi presa e processada pela Lei de Segurança Nacional devido à sua oposição à ditadura militar.
Obras
Livros:
Convém sonhar, coletânea de crônicas e colunas, (Record), 2011
Saga brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda, 2012 — Prêmio Jabuti de livro reportagem, e Jabuti de livro do ano de não ficção. (Record), 2012
Tempos extremos, romance— finalista do Prêmio São Paulo (Intrínseca), 2014
História do futuro — O horizonte do Brasil no século XXI, livro-reportagem (Intrínseca), 2015
A verdade é teimosa — coletânea de colunas, (Intrínseca), 2017
Refúgio no sábado — crônicas, finalista do Prêmio Jabuti (Intrínseca), 2018
Democracia na armadilha — Crônicas do desgoverno, (Intrínseca), 2022
Amazônia na encruzilhada, 2024 — livro-reportagem — (Intrínseca) Prêmio Juca Pato, 2024
Infantis:
A perigosa vida dos passarinhos pequenos — Prêmio FNLIJ. Selo de Altamente Recomendável da FNLIJ; semi-finalista do Prêmio Jabuti, 2013, (Rocco)
A menina do nome enfeitado, 2014, (Rocco)
Flávia e o bolo de chocolate, 2015 (Rocco)
O estranho caso do sono perdido — Selo de Altamente Recomendável da FNLIJ, 2016 (Rocco)
O mistério do pau oco, 2018, (Rocco)
As Aventuras do tempo, 2019, (Rocco)
O menino que conhecia o fim da noite, 2022, (Rocco)
Lulli, a gata aventureira, 2025, (Rocco)
Prêmios recebidos na atividade jornalística:
Prêmio Jornalismo para a Tolerância, da Federação Internacional de Jornalistas pelo caderno “A Cor do Brasil”, 2004
Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia, 2005
Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, pelo documentário “História inacabada”, sobre o desaparecimento de Rubens Paiva, 2012
Prêmio Esso pela reportagem feita com Sebastião Salgado “Paraíso Sitiado” sobre o povo indígena Awá Guajá - 2013
Prêmio Liberdade de Imprensa — ANJ — Associação Nacional dos Jornais, 2017
Prêmio Contribuição ao Jornalismo — ABRAJI — Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, 2019
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